“Qualidade na gestão e gestão com pessoas de qualidade são essenciais para o futuro do negócio”, defende o CEO que coordena a reestruturação do modelo de gestão da Ipel desde 2021
A capacidade de fazer uma gestão eficiente está diretamente relacionada à habilidade de ouvir as pessoas, perceber o potencial do negócio e trabalhar com empatia. A fórmula, recomendada por Luciano de Liz Barboza, CEO da Ipel, garantiu à empresa resultado recorde em 2023 e a perspectiva de resultados ainda mais significativos este ano. A capacidade produtiva, só para citar outro exemplo, registrou aumento de 20% a partir de mudanças na operação promovidas dentro do aperfeiçoamento do modelo de gestão da empresa. Um projeto desafiador, iniciado há dois anos, com a consultoria da MetaValor.
Para conhecer de perto o case de sucesso na Ipel e entender as melhorias que podem ser geradas a partir de um modelo de gestão de alta performance, a MetaValor decidiu ouvir e compartilhar o relato de Luciano. O executivo acumula mais de 20 anos de experiência profissional em Gestão Empresarial, Gestão de Pessoas e de Projetos, com uma brilhante trajetória em empresas de diferentes segmentos. Desde seu ingresso na Ipel, em 2021, mudanças significativas vêm agregando valor à indústria, além de ampliarem suas perspectivas de crescimento.
A Ipel é uma empresa familiar de grande reconhecimento, instalada em Indaial (SC), que acumula 40 anos de história. Contrata atualmente cerca de 800 colaboradores diretos. Está entre as sete maiores do país no segmento de papel tissue, vende seus produtos em todo o território nacional e também exporta. Mas para consolidar sua posição no mercado, foram necessários alguns ajustes de rota. “Quando passei a integrar a Diretoria da Ipel, percebi que o modelo de gestão não dava conta de atender a empresa em todo seu potencial. Não havia ferramentas, tecnologia, processos que fossem compatíveis com sua real capacidade”, explica Luciano.
O primeiro passo foi ouvir as pessoas. O executivo, que entrou no mercado de trabalho como operador de máquinas, na Ambev, teve a empatia e o cuidado de percorrer toda a cadeira produtiva da Ipel para entender onde estavam os problemas, se eram reais e quais as necessidades apontadas pelos colaboradores. “O conhecimento está dentro da empresa. Precisamos aprender a ouvir as pessoas e levar o poder de decisão a elas”, explica.
O período de avaliação dos problemas e identificação de soluções levou cerca de seis meses. Tempo de preparar a equipe para o início do desenvolvimento de um modelo de gestão adequado ao porte da Ipel. “Mais do que promover treinamentos, foi necessário engajar os times, ter as pessoas certas nos lugares certos e torná-las parte responsável do processo”, conta Luciano.
Foi fundamental criar na empresa a estrutura para absorver o conhecimento que o novo modelo de gestão agregaria ao negócio, e incorporá-lo à rotina. “É preciso entender o desafio da empresa, definir estratégias com a participação das equipes e fazer um planejamento estratégico que seja compreendido por todos. Para que ele funcione, é necessário ter um bom processo de comunicação, indicadores, criar uma rotina de monitoramento”, explica.
Nesse processo, a contratação da consultoria externa da MetaValor foi um diferencial importante. “Foi fundamental, porque eu não posso fazer só gestão. Estou envolvido em inúmeras tarefas, preciso enxergar o negócio como um todo e, muitas vezes, fica difícil pensar fora da caixa e focar apenas neste processo”. Desde que iniciou a reestruturação do modelo de gestão com o auxílio da consultoria, a empresa vem acumulando resultados positivos em diversas áreas. “Posso dizer que já tivemos ganhos em praticamente tudo. Indicadores, gestão de custos, produtividade…. Trabalhamos com a MetaValor em um projeto amplo, envolvendo todas as ferramentas de gestão da empresa. É um parceiro de confiança, que faz a diferença”, afirma o CEO.
Mas o êxito da consultoria externa depende também do comprometimento do cliente. “A empresa tem que estar junto. Entender, acompanhar, patrocinar o projeto da consultoria. A disciplina da execução é o desafio maior”, defende. Na Ipel os planos de ação são discutidos em reuniões periódicas, os resultados são analisados em conjunto, há um acompanhamento frequente dos resultados com todas as equipes envolvidas.
O executivo explica ainda que, quando o processo de gestão desce a níveis mais operacionais, a responsabilidade passa a ser compartilhada com mais pessoas. “A empresa responde muito rapidamente quando mais gente participa, se sente importante para o alcance dos resultados. Todo o sistema passa a responder logo”. O ganho de 20% na produtividade foi resultado de uma abordagem diferente junto aos operadores das máquinas. Quando foram ouvidos dentro de suas necessidades e expectativas, sentiram-se mais valorizados. “Eles entenderam os benefícios que a gestão traz para a função deles também. Perceberam que ela proporciona uma condição de trabalho melhor a todos, além de aumentar a produtividade”, conta Luciano. São mudanças que passam pela cultura da empresa, reestruturam o modo de pensar, de agir, de produzir. Impactam os resultados de forma contínua, definitiva.
Mesmo com toda a pressão do mercado nos últimos anos, a Ipel vem sustentando um crescimento contínuo. “A eficiência é fundamental para a sobrevivência de qualquer negócio. Qualidade na gestão e gestão com pessoas de qualidade são essenciais. Por todo o trabalho que estamos desenvolvendo, vejo o futuro de forma muito promissora para a Ipel”, afirma Luciano. A empresa vai concluir em 2028 um plano de investimentos de R$ 100 milhões, que começou a ser executado em 2023. A meta é dobrar o faturamento, que já ultrapassou a casa dos R$ 500 milhões, neste período de cinco anos